Hipnose Clínica

O que é? O que não é? Verdades, mitos e informação sobre esta forma de terapia.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Medo do terapeuta?

Pode dizer-se que toda a gente é hipnotizável, na medida em que toda a gente pode atingir determinado nível de transe. No entanto, e enquanto cerca de 90% das pessoas atinge sem dificuldade o nível de transe leve/médio utilizado em terapia, o número de pessoas capazes de atingirem níveis mais profundos vai sendo progressivamente menor e estima-se que apenas 10% sejam hipnotizáveis ao ponto de chegarem a um transe tão profundo que ficam à mercê das sugestões que recebem, deixam de estar em controle e chegam mesmo a ser incapazes de recordar o que tenha decorrido durante o transe.

São estas pessoas, detectadas através de um processo de casting em que se submetem a testes de sugestionabilidade e hipnotizabilidade, que são escolhidas para espectáculos de hipnose de palco, programas de televisão, etc. No fundo, só uma pequena minoria de pessoas podem "servir" a hipnose usada com propósitos de entretenimento, sendo levadas a um transe tão profundo que deixam de ter a capacidade de dizer "não" e são manipuladas no sentido de fazerem, literalmente, figuras tristes para o entretenimento alheio. Claro que, na maioria dos casos, tratam-se simplesmente de actores pagos, e não há qualquer tipo de hipnose ou transe no "espectáculo".

Uma vez que este tipo de transe muito profundo não é utilizado em hipnose clínica, nenhum terapeuta credenciado o vai induzir num paciente (além de ser contra o seu código de ética profissional, não tem qualquer utilidade em termos clínicos e não serve de forma alguma os interesses do paciente).

Portanto, numa sessão clínica, o paciente nunca perde o controlo, nunca perde a consciência, nunca adormece e nunca fica "sob o poder" do terapeuta, pois este induz apenas o nível de transe (leve/médio) necessário à prática clínica, em que o paciente se mantém acordado, consciente e com a capacidade de concordar ou discordar com qualquer sugestão ou mesmo de interromper o tratamento se assim o desejar.

Em termos práticos, pode dizer-se que toda a gente é hipnotizável. Mas há quem não deva submeter-se a este tipo de terapia. Assunto para um outro post!

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